Antibióticos que não matam bactérias podem torná-las mais fortes



Figura 1- Imagem ilustrativa de um frasco de antibiótico e de uma colônia de bactérias em um microscópio eletrônico


Se você está tomando antibióticos, o médico irá chamar sua atenção para que você respeite o horário e não pare de tomá-lo se começar a se sentir melhor. Ou seja, horário certo durante todos os dias, conforme orientação médica, é fundamental para que o tratamento funcione corretamente. Qual a razão disso?



Figura 2- Você está resfriado!!


A resposta parece estar relacionada com o aumento da resistência das bactérias. Quando interrompemos o tratamento antes da hora, as bactérias não são totalmente eliminadas e, aí, é como se elas ficassem mais fortes. Bom para elas, ruim para nós, que teremos mais dificuldade em eliminar esses organismos danosos a nossa saúde.

Recentemente, um grupo da Universidade de Harvard, nos EUA, observou que esse mecanismo de resistência estava relacionado com a presença de espécies reativas de oxigênio, ou EROs.

As EROs são espécies químicas muito interativas, ou seja, logo que são geradas, precisam se ligar imediatamente a outras espécies. Dizemos que elas são muito instáveis e têm uma vida curtíssima, sendo extremamente reativas.

As EROs são produzidas, normalmente, nos organismos vivos que utilizam o oxigênio, como nós, durante os processos de respiração e digestão. Fazem parte de nosso metabolismo. Mas não devemos permitir a produção excessiva de EROs, pois isso faz mal ao nosso organismo. Uma boa alimentação ajuda a combater os danos causados por elas.



Figura 3- Alimentos importantes na dieta humana que combatem o excesso das EROs, ajudando nossa saúde.


E o excesso de EROs também faz mal às bactérias! Quando alguns antibióticos atuam nelas, provocam a liberação acelerada das EROS, forçando sua destruição. Na verdade, a grande quantidade de EROS além do que as bactérias podem suportar destroem o seu sistema celular. Esse processo é conhecido como estresse oxidativo.

As EROs causam modificações no conteúdo genético das bactérias, ou seja, no DNA (ácido desoxirribonucléico) delas. O problema é que algumas dessas modificações genéticas (conhecidas como mutações) também são responsáveis pela resistência das bactérias aos antibióticos, tornando-as mais fortes frente a esses medicamentos. Isso parece ocorrer quando a medicação que estamos tomando é interrompida, dando condições à bactéria de usar a transformação que sofreu para seu próprio bem.

Esses cientistas fizeram seus experimentos com uma bactéria muito comum, a Escherichia coli, usando antibióticos como o norfloxacino e a ampicilina, dois medicamentos comuns receitados pelos médicos.



Figura 4- Imagem da Escherichia coli ao microscópio eletrônico


Alguns tipos de Escherichia coli estão normalmente presentes no nosso intestino e ajudam a digestão. Mas outros fazem mal a nossa saúde, estando muito associados aos quadros de diarréia por efeito de alimentos mal lavados.

Assim, pessoal, vamos respeitar a orientação médica e nada de achar que, por causa do gosto ruim do remédio, podemos parar de tomá-lo quando quisermos!



Figura 5- Estudantes observando microorganismos no microscópio


Para ler o artigo original dessa matéria no periódico Molecular Cell (2010), acesse o endereço: http://www.bu.edu/abl/files/molecularcell_kohanski.pdf

Para saber mais:
1. http://www.mundovestibular.com.br/articles/1084/1/RADICAIS-LIVRES/Paacutegina1.html
2. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/respiracao-celular/radical-livre.php
3. http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2009/256/radicais-livres-no-alvo

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