Você conhece bem as bactérias, aqueles microorganismos que muitas vezes fazem você desmarcar o cinema ou a partida de futebol por provocarem doenças em seu organismo e causarem febre e mal estar. Mas elas também podem ser do bem! Algumas bactérias são usadas para produzir alimentos fermentados, como o iogurte e o requeijão, e até alguns medicamentos, como os antibióticos e a insulina.
Figura 1: Produtos comerciais obtidos com o uso de bactérias
Ao atacar um outro organismo, as bactérias retiram dele o alimento para sobreviver e se reproduzir. Como resultado, produzem substâncias químicas como proteínas e açúcares, por exemplo, que formam depósitos conhecidos como biofilmes. E este é o material que vamos discutir nesta matéria.
Quando estas bactérias se localizam sobre a superfície de metais é comum ocorrer o processo de corrosão ou oxidação do metal. Um exemplo disto é a ferrugem, que acontece quando o elemento químico ferro está presente na composição do metal. Alguns exemplos desse processo são a ferrugem na geladeira, nos automóveis, nas pilhas dos brinquedos etc.... Mas outras bactérias têm a capacidade de ajudar na proteção dos metais!!
Figura 2: Exemplos de ferrugem em carros e brinquedos.
Recentemente, um grupo de pesquisadores do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos identificou cepas da bactéria Leuconostoc mesenteroides (ainda bem que esse nome é o da bactéria, e não o seu!!) que produzem açúcares anti-ferrugem. Na verdade, esses açúcares formam um biofilme que protege o metal contra a ferrugem.
Figura 3: Imagem do biofilme produzido pela bactéria Leuconostoc mesenteroides, obtida com um microscópio potente.
Como as bactérias se reproduzem rapidamente, é possível pensar em produzir grande quantidade desses açúcares para adicionar a alguns produtos, como as tintas, aumentando a proteção do metal contra a oxidação. Outra aplicação legal é a proteção de barras de aço durante o transporte, para evitar arranhões e marcas na superfície. Essas barras são protegidas por ceras, e algumas delas possuem material tóxico ao ambiente, como metais pesados, que não devem ser usados.
Uma grande vantagem está na facilidade de retirada do biofilme, que se dissolve em água. Isso também acontece com o açúcar que comemos: lembra que seus cristais somem rapidinho quando colocados na água? É porque o açúcar é muito solúvel em água. Assim, com um simples jato, o biofilme pode ser removido, o que facilita bastante a vida dos consumidores. Mas o açúcar que as bactérias produzem não é o mesmo que comemos, ok?
Agora, os pesquisadores estão verificando se o biofilme também tem a capacidade de parar a ferrugem que já está em andamento.
Além disso, eles precisarão verificar também como será o controle da população dessas bactérias. Mesmo que não apresentem grande risco à saúde das pessoas, os microrganismos podem reduzir a qualidade da água, gerando odores e sabores desagradáveis, produção de limo ou de películas.
Imagem de bactérias malvadas danosas à saúde.
Figura 5: Imagem de microorganismos que contaminam nossas mãos e da importância da lavagem.
Para ler o artigo original dessa matéria, acesse o endereço:
http://pubs.acs.org/cen/news/88/i13/8813news11.html
Para saber mais:
1. http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/10935/prevencaooxidacao.pdf?sequence=
2. http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/biotecnologia/bacterias-no-combate-a-poluicao/
3. http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2009/202/voce-sabia-que-cheirinho-de-terra-molhada-e-obra
4. http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/3888/ciencia-e-tecnologia/pesquisadores-descobrem-novas-maneiras-de-tratar-infeccoes-cronicas