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Lauro Tatsuo Kubota

Sou Lauro Tatsuo Kubota, Professor de Química Analítica do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp. Além de ministrar aulas de Química, trabalho com pesquisas em Química Analítica.

A Química é dividida em quatro grandes áreas, Orgânica, Inorgânica, Físico-Química e Analítica. A Química Analítica se utiliza dos conceitos e teorias das outras áreas para solucionar problemas e mistérios que surgem no nosso dia-a-dia. Todos nós, químicos analíticos, tentamos responder questões como: “Qual é a quantidade de álcool presente na gasolina?”, “Esse rio está poluído?”, “O alimento está contaminado?”, “Qual é a composição química deste material?”, “Como saber se tenho diabetes?”, Como diagnosticar uma doença?”, entre outras tantas. Para sabermos a resposta, precisamos desenvolver técnicas e métodos de análise de acordo com as necessidades. Existem várias técnicas e muitos métodos de análises e uma delas é a utilização de sensores.

Esses sensores são dispositivos que identificam e determinam a quantidade da substância que estamos procurando. Essa determinação pode acontecer de vários modos, um deles é por meio de reações eletroquímicas, as mesmas que acontecem nas baterias e pilhas. Para o desenvolvimento destes dispositivos é necessário um esforço multidisciplinar, pois precisamos saber a finalidade da análise, ter conhecimento químico da reação a ser empregada para a detecção, saber medir a extensão da reação de acordo com a quantidade e depois converter esta em concentração em valor “numérico”. Quando empregamos uma molécula biológica nestes dispositivos, temos o que chamamos de biossensores

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Em geral, esses sensores são muito úteis e fundamentais em alguns casos críticos. Por exemplo, quando se precisa de um resultado confiável naquela hora e local, como numa mesa de cirurgia. Além disto, há várias pessoas diagnosticadas com diabetes que necessitam de um acompanhamento diário do nível de açúcar no sangue. O controle contínuo deste nível é muito importante para preservar a saúde e o bem-estar dos pacientes, e ele é feito através de um biossensor pelo próprio indivíduo, sem a necessidade de se deslocar até o laboratório.

Este biossensor funciona assim: a glicose presente no sangue reage com a enzima glicose oxidase, por meio de uma reação de oxirredução. Esta reação gera um sinal, que é enviado ao "chip" que está dentro de um aparelho, e este traduz para um valor numérico o nível de açúcar presente no organismo. De forma bem simples, o sensor soluciona nossos problemas sem termos que depender de laboratórios ou grandes quantidades de reagente.

As pesquisas do nosso laboratório são direcionadas para o desenvolvimento de dispositivos, sensores ou biossensores, visando à solução de casos que necessitem de análises rápidas e de baixo custo, como no diagnóstico rápido de doenças como a dengue ou em casos de intoxicação que necessitam de atendimento imediato.

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