Como eu tinha uma grande afinidade pela matemática, cursei engenharia química, porém o foco nos macroprocessos, predominante na engenharia, não satisfez minha curiosidade pelas transformações moleculares. Assim, no mestrado e doutorado abdiquei da engenharia para dedicar-me à química. Meu orientador, uma pessoa ímpar cuja vida sempre teve como foco principal a química, foi um estímulo nesta escolha.
Atualmente, sou professora do Instituto Federal da Bahia (IFBA). Atuo em cursos técnicos, cursos superiores de tecnologia, pós-graduações lato e stricto sensu. Tive também a oportunidade de ser a primeira pró-reitora de pesquisa do IFBA, quando o CEFET-BA foi transformado em Instituto Federal. Esta oportunidade deu-me uma visão mais clara do sistema nacional de ciência e tecnologia, e me fez ver com mais clareza a importância do papel dos professores em uma sociedade. Nós, professores, temos um papel de formadores de opinião, influenciamos na forma de nossos alunos verem o mundo e atuarem nele. Professores motivados, inovadores, empreendedores podem contribuir decisivamente mudar nossa sociedade e a realidade social, econômica, ambiental, científica e tecnológica do Brasil.
A química, como qualquer outra ciência no Brasil atual, precisa encontrar o equilíbrio entre sua função acadêmica e sua função social. Sua função acadêmica, na geração de conhecimento e formação de pessoas, vem sendo inquestionavelmente bem-sucedida. Mas sua função social, como transferência de conhecimento para a sociedade, visando solucionar problemas ou gerar riqueza, ainda não está satisfatoriamente concretizada. Para isto, o diálogo entre os três principais atores dos sistemas nacionais de ciência e tecnologia – governo, academia e empresas ou setores de aplicação do conhecimento – ainda é um dos grandes desafios do Brasil.
Do ponto de vista mundial, as perguntas que a Química precisa responder estão relacionadas à atuação no presente para construção do futuro: como a produção da indústria química pode ocorrer com redução de impactos ambientais? Qual o papel da Química no suprimento de alimentos para uma população mundial crescente? Que novos processos de produção de energia podem ser propostos a partir de conhecimentos químicos? Como garantir a disponibilidade e a potabilidade dos recursos hídricos para gerações futuras? Em resumo, as questões se referem a como a química pode desenvolver-se em plena sintonia com os grandes problemas do futuro da humanidade: ambiente, alimentos, energia e recursos hídricos.
Olhando para o Brasil, sabemos que um país forte se faz com pessoas capazes de construir, materializar produtos, processos, transformar conhecimento em bens, qualidade de vida para a sociedade. Para isto, nossos jovens devem ter possibilidade de tornar real novos produtos e processos. Também é importante destacar que, os países que valorizaram seus aspectos positivos, tiveram melhor desempenho do que aqueles cuja estratégia foi atacar suas deficiências. Assim, em vez de um esforço maciço para desenvolver áreas deficientes no país, parece-me mais adequado fortalecer nossas potencialidades, por exemplo, com base na magnífica biodiversidade que temos.
Há um imenso campo de trabalho em fitoterápicos, fitocosméticos, química de alimentos com foco em etnoprodutos e em alimentos tropicais.
Instituto Federal da Bahia, Departamento de Quimica.
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1 Comentário
Olá,tudo Bem?
Então queria saber mais sobre o senhor e a química e também queria que o senhor pudesse responder algumas perguntas
1 Qual sua atuação na área de Química?
2 Como e quando se interessou pela química?
3 Como é seu dia a dia como Química??
Se puder responder ficarei grata
Obrigada